Meus amigos fiéis feitos como cachorros

Com o tempo se descobre que temos poucos amigos de verdade, mas são esses poucos que nos permitem com convicção dizer que valem pela nossa vida inteira. São esses amigos que sem convite nos tiram da solidão, que sabem o que vamos falar antes mesmo de pronunciar qualquer palavra, que nos entendem, que nos compreendem e que mais cedo ou mais tarde irão nos orientar pensando no bem que ainda podemos fazer.

Esses poucos amigos são aqueles que não precisam nos ouvir todos os dias, mas leem nossos pensamentos, nos auxiliam nos sentimentos e que mesmo assim conseguem encontrar um “tempinho” em meio às suas próprias rotinas para em qualquer circunstância nos abraçar e dizer: “Te acalma, vai dar tudo certo. Estou aqui contigo”. Esse tipo de amigo não fala da boca pra fora o que sente, mas sim de dentro pra fora, da alma pra fora. Conseguem dar um elogio que nos deixa contente ou uma verdade que demoramos a aceitar, parece que estão estrategicamente posicionados num ponto entre a nossa razão e a emoção, sabendo exatamente colocar as melhores das intenções.

E mesmo sem querer ou até mesmo querendo inventarmos de exagerar nas nossas escolhas e ações, tem sempre aquele bom amigo para nos colocar juízo dizendo quase em tom irônico, mas sábio, a velha e conhecida frase: “tem certeza que isso é o melhor a ser feito?”.

No fundo, temos poucos amigos, acredite. Mas os poucos que possuímos são dignos de serem sempre lembrados. Jamais esquecidos. Verdadeiros diamantes que temos vontade de ostentar ao mundo como verdadeiras joias cujo valor é moral em meio a tantos interesses materiais.

O bem da verdade é que esses amigos são o que nos torna seres cada vez mais ricos de espírito, de alma, de sentimentos tão raros hoje em dia. Então, não pense que é demais agradecer todos os dias aos teus amigos de verdade pelos ensinamentos de como é importante viver. Amigo é sinônimo de união. Amigo é sinônimo de amor. Hoje, amanhã e sempre.

Por mais que ao longo de nossas vidas muitos amigos passam por ela e nos deixam saudades, somente aqueles velhos e bons permanecerão. E é nesses momentos de compaixão que é possível encontrar sinceridade, lealdade, afinidade, cumplicidade, simplicidade, fraternidade.

Quer saber quantos amigos tu tens ao teu lado? Perca tudo: dinheiro, status, saúde, posições sociais. Muito provavelmente perderás algumas companhias. Mas aqueles que não são de mentira, os que chamamos de "amigos de fé", esses, estarão contigo prontos para novos desafios, novas caminhadas e sempre dispostos a recomeçar tudo novo e de novo sem pedir nada em troca.

Respeite o passado. Viva o presente. Surpreenda-se com o futuro.

"...Pelotas, 20 de maio de 2024... dez anos se passaram..."

Tu deves estar pensando: esse autor bateu com a cabeça, mas no final do texto pode ser que entenda, ou não.

Já faz algum tempo, talvez nem lembre mais, mas sonhei que recebia uma mensagem de um antigo amor que dizia: “vou passar o resto da vida me perguntando por que não deu certo”. Eu tinha todas as respostas, mas achei que não era mais hora de falar.

Depois de muitos anos de namoro, uma das vítimas ficou em dúvida. Sofri com a dúvida dela. Mas a dúvida acendeu um ponto de interrogação dentro de mim também. Terminou aquele amor e ambos decidiram não olhar mais para trás, normalmente eu sempre olhava, com o tempo e as circunstâncias aprendi que não devia mais.

O tempo passou e a filosofia continuou a mesma: “sofro como um cachorro por um amor que quero que dê certo”. Mas quando um lado desiste, é como se deixasse de lado uma lata de cerveja aberta quente ou uma garrafa de Coca-Cola já sem gás. Você sabe que um dia foi ótimo, mas jamais terá o mesmo sabor novamente.

Nem vem ao caso se sou ou não, se fui ou não um amor inesquecível, mas fiquei pensando o que faz alguém se tornar assim tão singular para outra pessoa. E nem estou falando de pessoas atormentadas, daquelas que gostam de sofrer nas mãos de pessoas malvadas, aquelas que gostam somente delas e nada além delas mesmas. Uma parcela das pessoas se deixam seduzir por criaturas assim. Bem, quem não deixaria?

Mas, então, me lembrei de um amigo que, depois de anos de sacanagem barata, começou a namorar. Sumiu, desapareceu, escafedeu-se. Foi um dos maiores baladeiros e pegadores que já conheci na vida. Ele dizia com propriedade: “Ela não é a mulher que mais amei, mas é a que me faz mais feliz. É pra casar”. Insistia dia pós dia naquele namoro atormentado: “Ela me ama, ri das merdas que eu falo; é linda, louca; tem um cheiro gostoso mesmo quando fuma; cuida da vida dela, e às vezes a dos outros; é independente, mas me pede ajuda pra usar um pendrive; está sempre ocupada, mas nunca deixa de atender quando eu ligo; é parceira, descolada, totalmente maluca; aguenta meus ataques de mau humor; quer sexo sempre; é ciumenta, mas até acho graça, eu era um galinha.” E o mais engraçado é que ele mesmo concluí: “Sabe como é, mulher ou homem tá fácil hoje em dia, mas desses que fazem a gente feliz mais do que uma semana, encontrei poucas e tu deverás encontrar muito menos”.

Sempre penso no que faz uma história dar certo ou não. E, no fundo, acho uma bobagem quando dizem que melhor do que amar é ser amado. Não tem nada melhor na vida do que sentir que tu fazes bem, ver que tu fazes falta, ouvir que tu és essencial, ler que tu és importante, que alguém perde seu precioso tempo pensando, querendo, amando você, querendo de alguma forma tua presença, mesmo que distante.

Mas é verdade que amar alguém é uma tarefa difícil. Quem ama abre mão de si mesmo muitas vezes, alguns totalmente. Esquece convicções. Atura muita coisa. Aprende com os erros e com os acertos. Pede desculpas mesmo quando acha que está certo. Sofre de saudade, mas sabe que não depende mais de um lado apenas. Morre de ciúme, mesmo que calado. Lamenta mesmo que sozinho. Planeja futuro, mesmo que muitas vezes se perca no rumo. Recomeça mesmo não querendo, reinventa porque precisa, reconstrói porque é necessário. Sorri quando o telefone toca mesmo quando no visor o “apelido carinhoso” agora é substituído pelo nome e sobrenome, numa atitude de querer mascarar a intimidade construída ao longo dos anos e agora transformando na tentativa de figurar uma formalidade imposta pelas circunstâncias.

Mas o outro, que também um dia amou (e essa é a melhor parte), deve realmente nos achar, no fundo que somos mesmo ridículos, que não somos o último biscoito do pacote, e muito menos a certeza de que o futuro só seria futuro se fosse juntos. Amor deveria ser muito mais do que isso. Amor deveria ser essencialmente isso. Mesmo com finais. Mesmo com a páginas viradas.

Por fim, fica o ensinamento e a sabedoria que o importante é que a gente nunca seja mais ou menos. Que a gente saiba perdoar e reconhecer a importância de ser importante. Que a gente faça tudo mesmo por amor, mesmo sem esperar nada em troca. Que seja especial, mesmo não sendo mais essencial. Que seja inesquecível mesmo não fazendo mais parte dos planos a curto e muito menos a longos prazos.

Que pelo menos então, passado algum tempo ou dez anos, seja possível através de alguma coisa nos transformar no tipo de pessoa que o antigo amor sempre lembrará e pensará: que pena que não deu certo.

Limpe a alma. Liberte o coração e seja feliz.

Meu coração não é LIXO ELETRÔNICO, assim como teu amor não é SPAM.

Nessa vida, muitas vezes precisamos da ajuda de muita gente para aprender muita coisa, outras vezes, a vida mesmo ensina e te permite encontrar respostas em meio a tantas dúvidas. Hoje o texto é mais um emaranhado de linhas falando sobre amor. Fala sobre perder, que, aliás, companheiro, é mais fácil acostumar-se com as perdas do que comemorar com as vitórias.

Em tempo de tecnologia, não se surpreenda se o teu amor “pintar” na tela do teu smartphone e terminar com um e-mail recebido no teu notebook. Em meio a tantas coisas que leio e recebo, uma história me chamou atenção e começa (ou termina) mais ou menos assim:

“Respondo então a ti, o que meu coração precisava falar. Embora esteja respondendo sete dias depois que tu me enviaste o primeiro contato depois do longo período que não nos falamos mais, somando isso, hoje totalizamos quinze dias sem conversar, mas confesso que boa parte desses dias anteriores mesclaram vários sentimentos dos quais estive nutrindo para que eu não respondesse mesmo. O motivo do meu total descaso está mais do que evidente, mesmo fazendo o que eu sempre critiquei, também fiz pré julgamentos estando com razão ou não. Quando as coisas não iam bem por motivos meus, te procurei, conversamos, desabafei e expliquei exatamente tudo que pensava, sentia e estava me incomodando. Ao contrário do que tu julgas, de todo esse tempo na qual convivemos, pedi diversas vezes que tu te pronunciasses, falasse o que sentia e sim, fez, friamente por e-mail uma vez apenas. Na prática, se for pra reclamar, também sei reclamar: fosse um desastre mesmo eu pedindo ME AJUDA. Tu vieste para dentro da minha casa, tentei de todas as formas mesmo não estando bem comigo mesmo avançar no que estávamos "nutrindo", mas na prática tu sempre fria (eu sempre reclamando), tu sempre calada (eu sempre reclamando), tu sempre misteriosa (eu sempre reclamando)... Mesmo que todas as vezes que nos vimos eu sempre destaquei que em toda minha vida nunca havia tocado alguém que eu sentisse tanta vontade e tanto "encaixe" como acontecia entre nós. Vou mais além, sobre o questionamento que tu fez a respeito do meu relacionamento anterior. Eu não convivi com uma pessoa por tanto tempo e simplesmente vou passar a ignorá-la por comodidade. Ser amigo nas redes sociais não significa absolutamente nada, tenho uma centena de contatos que nunca vi pessoalmente e pode ter certeza que temos uma convivência muito pior de contato diário do que a insignificância de estarmos atrelados virtualmente, que, aliás, só resta um contato superficial, profissional e de respeito. Acontece que, minha história anterior terminou e pronto, e NÃO FOI AGORA. Meu passado não vai mudar, meu presente e meu futuro é o que importam neste momento, e foi justamente no meu presente que tu não soubeste dar a tua parcela de contribuição. É mais fácil sumir também oito dias e simplesmente não saber o que está acontecendo. Nunca fui bom de necessitar proteção, e tu foste a PRIMEIRA E ÚNICA PESSOA que eu pedi socorro. Mas pode ter certeza, não vou alimentar nenhuma mágoa e nenhuma decepção. Não mais. Apenas lamentar que mais uma vez, não foi dessa vez. Também vou desejar o melhor pra ti sempre, tu és uma pessoa de ouro, trabalhadora, querida, de olhar puro e sincero, difícil de encontrar nos dias de hoje, mas fácil de perder também. Talvez realmente sejamos as pessoas certas, mas na hora errada. Assim que possível te enviarei teus tênis, teu chinelo e aquela escova de dente. Deixo aqui comigo apenas as lembranças dos momentos bons que compartilhamos mesmo que momentâneos. Também te desejo toda felicidade do mundo e encerro dizendo que estarei sempre na torcida para que novos amores apareçam na tua vida, menos problemáticos, mais atenciosos e de preferência que não sejam guris fantasiados de homem. Beijos.”

E assim, os relacionamentos vem e vão na velocidade que a tecnologia avança, num tempo onde é mais fácil adicionar pessoas novas do que cultivar as velhas, mais fácil curtir momentos alheios do que viver os próprios com intensidade, compartilhar tanta coisa desnecessária do que mostrar que também temos coisas boas para servir como exemplo, então, não seria diferente achar natural terminar algo que nem começou direito pela falta do olho no olho, do abraço, do toque, da atitude do “vamos conversar e nos entender”. Afinal, é mais fácil apagar uma mensagem recebida do que colocar o assunto na caixa das prioridades.

Então o resumo se resume numa linha e nada mais. "Nesse jogo o resultado não deu empate, não conseguimos avançar de fase e o pior é que nós dois perdemos."

Não importa qual caminho seguir, se existir com quem percorrer

 

Esses dias, durante uma palestra, ouvi o palestrante dizer que somente encontraremos todas as respostas sobre a felicidade quando pararmos para pensar de onde viemos, onde estamos e para onde vamos. A única certeza que temos é que não podemos escolher de onde viemos e muito menos mudar o que passou, mas com certeza podemos escolher onde queremos chegar e assim escrever o nosso futuro. Quem sabe, aos poucos, sem muita pretensão, vamos rabiscando novas linhas nos rascunhos desta história até transformarmos em páginas oficiais deste livro chamado vida.

Se tivesse que escrever um prefácio sobre essa história, diria que dificilmente seremos tão diferentes daqueles que nos colocaram nessa vida: nossos pais. Eles nos criaram exatamente da forma que idealizavam quando ainda não existíamos. Então, inconscientemente passaram a traçar nossos passos naquela ânsia de querer algumas vezes realizar sonhos que eles não puderam ou conquistas que o tempo não mais permitiria que eles desbravassem. E não há absolutamente nada de errado nisso: somos essencialmente o amor carnal deles, só que agora com vida própria, ora, podemos dizer que sabemos de onde viemos: viemos do fruto deste amor, do desejo deles, da certeza de que em algum momento fomos planos de alguém, neste caso, dos dois.

E na mesma velocidade do inconsciente, chegamos onde estamos: somos feitos metade de sonhos, a outra metade realidade bruta. Buscando dia após dia construir coisas, vivendo uma vida que é tensa de forma intensa, mas não esquecendo que também é tão importante às vezes desejar um pouco de calmaria. Em breves momentos, somos veleiros navegando em águas agitadas, cujos ventos nos assopram em direções indesejáveis, atormentado em momentos que o que se mais espera é voltar a ter o autocontrole, dominar o próprio leme e seguir de novo em águas serenas desfrutando da paisagem e quiçá de uma bela companhia. Uma coisa é certa: não há tempo ruim que perdure.

Então, uma vez encontrada parte das tuas dúvidas, ao invés de buscar tanto a resposta para onde vamos, quem sabe seja o momento de buscar com quem ir? Aos poucos, você acaba percebendo que viver o hoje é muito mais importante do que esperar pelo amanhã. Vai perceber também que o mundo está repleto de pessoas do bem mesmo em meio a tanta gente ruim. E assim, sem muita busca, vai entender que todos os dias milhares de pessoas nascem e morrem, milhares de relacionamentos começam e terminam, aquele objeto predileto quebra, a bebida preferida acaba, aquela amizade de anos já não é mais a mesma. Tudo, do simples ao inabalável chega ao fim, e há milhares de finais acontecendo, mas outros milhares de começos prontos para iniciar.

Então, não queira viver o amanhã buscando encontrar razões para tudo. Pessoas assim sofrem demais, se decepcionam demais. Escolha crescer. Evoluir. Amadurecer e aprenda que nada é estático nessa vida. Absolutamente nada é à toa. Tudo depende de uma boa compreensão e fazer dos momentos de fraqueza um novo degrau que te permita elevar, seja o pensamento, seja o espírito. Queira o melhor sempre, o que ficou para trás não é que não te sirva mais, apenas não cabe nos teus próximos planos. O passado não muda. O presente é agora e o futuro só tenha em mente que será muito melhor, afinal, coisas boas vão para que coisas melhores ainda possam acontecer.