quinta-feira, 24 de abril de 2014

Tão opostos como feijão e arroz, como leite e café, como eu e você.

 
Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim? Ao invés de um ovo, dois ovos, três ovos, me traz esse amor que aos poucos aponta nesse horizonte de imensidão, tá bem? Coelhinho da Páscoa, mas que cor ele tem? Os ovos podem ser azul, amarelo, vermelho, tanto faz. Já o amor, que tenha um pouco do branco que naturalmente irá me remeter à paz; o verde que me dará sinal de esperança; o vermelho que me fará ter certeza da paixão; ou melhor, se puder me traz de todas as cores que faz lembrar o arco íris, e arco íris faz lembrar infância, felicidade e de querer encontrar o tesouro que na base dizem que afinca o bem mais precioso.

Ela é rica. Ele é pobre. Ela nasceu no início dos anos oitenta. Ele quase no final da década de noventa. Ela adora música, livros, poesia, teatro. Ele ainda anda de skate, usa roupas largas, coleciona gibi e passa horas em campeonatos de jogos online no computador. Ela já é formada, banca a própria banca, é fascinada por jantares, velas, aromatizantes e gosta de comprar coisas para a casa. Ele gosta mesmo do fast food, não liga que ainda vive de mesada, não sabe se vai prestar vestibular para cinema, psicologia ou biologia, e o quarto é uma verdadeira bagunça, não se encontra nada, nem ele mesmo.

E mesmo com tudo diferente, veio à mesma vontade de estar junto, assim como a do Eduardo e da Mônica, aquele casal tão diferente e tão real que o Renato Russo nos brindou em sua passagem aqui pela Terra. Aos poucos essa avassaladora vontade crescia exatamente como deveria ser. A idade já não importava mais. A classe social tão pouco. Os estilos diferentes até parece agora encaixar, e nada, absolutamente nada muda o que o destino reservou para os dois.

Quando estão a sós, parece que foram feitos como peças de quebra-cabeças. Os corpos se encaixam, os lábios se encaixam, a alma se encaixa. O desejo é tanto, a vontade é tamanha que não há quem possa dizer que não existem razões naquelas coisas feitas pelo coração. Aos poucos eles querem mais. Cada dia mais. Cada vez mais. Já planejam ter filhos. Querem um lugar perfeito para morar: ela diz que basta uma das janelas ter vista para o campo, ele já quer ter uma vista para o mar. As diferenças se tornam indiferentes. Tantos gostos individuais que juntos formam um casal coletivo. Cada um traz o que quiser e assim os dois irão se adequando. Esse é o barato da vida, da relação a dois seguindo em uma direção.

Num mundo cheio de separações, interrupções, traições, desejos, ainda existem razões para ainda querer se estar junto. Consertar o que me incomoda. Ajeitar o que te incomoda e seguimos em frente. O segredo não é segredo, basta fazer um pouco de boa vontade sem esforço que as coisas também saem sem forçar nada.

Seja como o Eduardo e a Mônica ou como tantos outros casais que por aí estão vivendo os dilemas da vida moderna, mas que ainda assim não dependem de signo, nem de lua, nem de alinhamento dos planetas para que juntos possam encontram mil maneiras e razões para seguir a voz do coração. Não espere aí que alguém faça alguma coisa por vocês, se querem, façam logo. Juntos serão sempre fortes. A hora é agora. Partiu ser feliz e mostrar que de oposto não temos absolutamente nada?

sábado, 19 de abril de 2014

Por um mundo de menos teorias e mais práticas


Planos, planos e mais planos. E assim vamos levando a vida cercado de vontades que normalmente traçamos olhando apenas para o amanhã, mas e o hoje? Cadê? Temos a mania de nos preocupar com o futuro, fazendo planos apenas para o futuro, tentando de certa forma desvendar o futuro, como se ao desvendá-lo fosse possível aliviar a surpresa, o impacto que possivelmente causaria em nossas vidas. Mas é com o passar dos dias que percebemos que o futuro está em constante mudança, acaba ele sendo o local que habita nossos receios, medos e exatamente aonde depositamos as nossas esperanças. E já pensou se ao chegar neste futuro ele não seja exatamente como imaginavas?

Certa vez ouvi a frase: “o ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é uma dádiva. É por isso que se chama presente”, então será mesmo que precisamos estar tão dedicados apenas ao plano futuro ao invés de desfrutar os sabores e as surpresas do presente?

Não se arrependa de mudar de planos, talvez isso te faça incrivelmente mais feliz e leve. Descubra a cada dia novas coisas, talvez tu não faças ideia de que existia tanta coisa importante nesta vida e que teus olhos, que só miravam o futuro, não te permitiram perceber o que ainda tinhas pra viver. Viva pelos amores. Desfrute de novos lugares. Conheça mais pessoas. Compre diferentes livros. Copie algumas frases. Viaje rodeado de amigos. Olhe para o mundo além do teu umbigo. Aos poucos, perceberás que és tão pequeno diante de tudo isso que terás o desejo de abraçar as causas, as pessoas, a vida, o mundo.

Procure também estar perto de quem gosta de estar junto. Quem também gosta de demonstrar. Quem também gosta de pensar no futuro, momentaneamente esquecendo o passado, mas vivendo intensamente o presente. Escolha viver perto de quem não se importa com a cor das tuas roupas, mas que perceba a cor dos teus olhos. Procure estar com quem valoriza quem tu és e não o que tu tens. Invista em quem prefira uma roda de amigos a uma noite com parcerias. Admire quem vai estar contigo na fossa na mesma intensidade que estaria na festa. E queira estar perto de quem vai te apresentar para a família e amigos sem ter vergonha de como fizeram para ficarem juntos.

Quando perceber, tu estarás aí, envolvido com este amor que não estava nos teus "malditos" planos. Um amor que talvez nem seja a tua cara, que talvez nem esteja perto do que tu idealizaste como alma gêmea. Mas o grande barato talvez seja esse: um amor que te deixa inquieto na mesma intensidade que consegue te deixar calmo. Tudo diferente daquilo que desejavas através dos teus planos furados. Esse amor que amanhece te dando a certeza de que de hoje não passa, mas que no final do dia te faz querer desfrutar o próximo amanhã.

Um amor que será movido por discussões, mas que será normalmente arrebatado por beijos para os quais precisará ter cada vez mais fôlego. Um amor pra se cuidarem, pra te cuidar, pra tu cuidares. Planeje esse amor, mas pra hoje, permita-se esquecer um pouco do amanhã. Não lamente por este amor não ter vindo montado no cavalo branco, o amor que lhe foi destinado começou assim e pronto, esbarrou sem pretensão e agora basta querer pra virar compromisso.

No final das contas, tenha em mente que a cada novo dia será uma nova oportunidade de fazer planos tendo em mente uma coisa: o único plano é pra hoje e é pra ser feliz. Quanto ao amanhã? Bom, isso é assunto para posteridade, vamos esquecer um pouco da teoria e viver este amor na prática.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Keep Calm e deixa de recalque, ok?




Andam dizendo por aí que devemos ser sempre imponentes e que importante mesmo é valorizar aqueles que passam por esta vida com o doce sabor do “arriscar”. Aos poucos vamos percebendo nossas funções diante as adversidades desta vida e há quem insista em ser mero passageiro num plano terrestre cheio de oportunidades. Ainda nos deparamos com aqueles que querem mais, buscam mais, ousam mais e recebem o pseudônimo de maquinistas num vida cheia de aventura da qual ninguém sairá vivo.

Neste momento precisamos encontrar, em algum lugar, em algum espaço nossas funções e nossas verdadeiras armas. Enquanto o mundo ainda se veste de falsidade, hipocrisia, egoísmo, materialismo, ostentação... Há quem consiga vencer uma luta com míseros sorrisos sinceros e abraços confortantes. A diferença sutil entre os “de bem” e os “do mal”, cuja boa história sempre acaba como os grandes clássicos: não há mal que perdure quando o bem mora dentro da gente.

E assim, aos poucos, vamos dominando o manejar do formal e do informal, do dito e do escrito, da verdade que se torna inverdade, da mentira que se torna verdade, mesmo que isso ainda incomode poucos e satisfaça muitos. Mesmo assim, ainda terá quem diga que alguns dos quais insistem em te seguir serão míseros seres sem luz, mas é neste momento que tuas armaduras refletirão o brilho nas opacas mentes e iluminará a fonte que jorra as transparentes águas do saber.

Coincidentemente ou não, as palavras descrevem os sentimentos harmonizando e transbordando aventuras de anos navegados por lembranças de uma vida repleta de crases, vírgulas, mais longe de pontos finais. De novo, apenas a cruz que cada um carregará durante o percurso. De velho, os caminhos percorridos mesmo que a vida ainda seja repleta de coesão e imprudentes coerências.

A tua obra deverá (re)nascer, afinal, és um ser transitório num espaço que é imortal tentando trazer o brilho em momentos que por vezes ainda será fosco. Agora sejas chama. Que ora queima. Que alguns ardem. Mas que no fundo servirá para aquecer tua alma.

Qualquer semelhança é mera coincidência. As histórias mais uma vez estarão interligadas, como trama, como rede, como laços, como quebra-cabeças, então, permita-se ouvir, ler e absorver a opinião de quem realmente há de interessar, de resto, é resto e se é resto, é porque não serve. Se ainda está lendo o texto, também absorva o recado da pensadora “Valesca Popozuda” e aprenda se ainda não aprendeu: o beijinho é no ombro e é pra quem tem recalque! Mas volte sempre, leia sempre e saboreie sempre. Pode ser que ainda aprenda alguma coisa sobre vida e valores.

Da próxima vez, late mais alto que daqui eu realmente não te escuto.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Estar sozinho não significa solidão



E assim aos poucos vamos buscando as respostas que o mundo se encarrega de nos mandar infinitas perguntas. Em tempo de solidão, cada dia novo surge para vivermos e encontramos mil motivos que nos faça descobrir o valor da convivência. Permita-se em breves momentos estar repleta de raiva, com o tempo vai passar e assim descobrirás o valor infinito da importância de viver em paz.

Em determinados períodos o tédio rondará teus pensamentos te fazendo conhecer a importância da aventura e do quanto é doloroso sentir na pele o sentimento do abandono, mas também será possível compreender o significado de querer o silêncio e é neste momento que o valor da palavra proferida será desvendado.

Permita-se também sentir-se cansado para que possas compreender sozinho o valor de saber reerguer. Por certa vez, estarás enfermo, e é neste momento que tu saberás a importância de ter saúde. Aprenda ao longo da tua trajetória que o fogo além de aquecer, também serve para queimar. E aprenda que a água além de saciar tua sede, também refresca e um dia estará em falta no planeta, mesmo que este problema talvez não te atinja. Lembre-se que mesmo querendo por vezes voar para sentir-se livre, hoje tens aos teus pés a terra para que possas trilhar teu próprio caminho.

Reclame menos e aprenda que as adversidades servem justamente para que possamos perceber que diante tantos problemas os nossos nem sempre são os mais complicados. Assim, aos poucos, vamos percebendo e aprendendo quais são as pessoas que nos fazem bem, quais são as pessoas que nos fazem mal e quais são as pessoas que não nos fazem a menor falta.

Aprenda na solidão a importância da boa companhia. Aprenda na tristeza o valor do sorriso. Aprenda no sofrimento o valor da alegria. Aprenda sobre o amor permitindo que outras pessoas cruzem teu caminho, revirem tua alma e faça morada no teu interior. Aprenda a cada dia que não devemos dar importância aos comentários que não farão diferença nenhuma no nosso caminho. Aprenda a ser grato dando valor a quem realmente mereça. Aprenda antes da morte a importância de estar vivo.

E não esqueça que o tempo traz também a solidão e disso ninguém escapa. Por isso é necessário à importância de estar de bem consigo mesmo, reconstruindo dia após dia o verdadeiro sentido que nos faz viver. Assim, estaremos plenamente vivos e se pensarmos bem, qualquer passado agora já é morte. A vida será sempre um “assoprar de emoções”. Não espere curar tua solidão com o amor dos outros, cura ela com amor próprio, depois, aproveite o mar e saboreie a paisagem. Sozinho ou acompanhado. Tanto faz. Tu já tens o que te basta: a vida! 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Manual de instrução de quem ainda não sabe viver







“...mudaram as estações, nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim, tão diferente...”, Cássia Eller vivia a frente do tempo, conseguia transformar poesia em música ou transformava musicalidade em poema – a ordem não altera o resultado fantástico do produto final. Ao som de “por enquanto”, abri mais uma vez meu bloco de notas (sim, sou um dos poucos seres cibernéticos que ainda utiliza esta ferramenta jurássica), e então resolvi escrever sobre mudanças.

Ao longo da minha vida ouvi minha mãe dizer: “fui casada com teu pai vinte e cinco anos e nem mesmo convivendo todos esses anos pude conhecê-lo de verdade”, mas será que isso realmente é possível? Não seria uma desculpa “esfarrapada” da minha elegante e gata mãe divorciada e solteira justificando ou colocando a culpa em algo que nem ela sabe o que é? Ou será de fato que em vinte cinco anos ela não dormiu com meu pai e sim com um estranho? E as afinidades, eram elas apenas provisórias e momentâneas? Que é possível mudar, sabemos, mas uma mudança tão significativa que te faz não reconhecer quem tu juravas conhecer?

Se ela tem razão não sei, acho que cada um carrega no seu interior seus segredos, seus verdadeiros desejos, suas vontades muitas vezes mascaradas e contempladas pela metade, por medo, por escolha, por necessidade. Mas o que faz de verdade alguém mudar tanto? Seria agora a liberdade conquistada? A maturidade chegando? O caráter aflorando? Ou realmente estamos em constante transformação?

Antes odiava academia, hoje não fica um dia sem. Até ano passado, não perdia uma sessão daquele programa de reality show, hoje não sabe nem quem venceu. Até alguns meses atrás não suportava festas, agora não fica um final de semana sem ir. Não suportava ver a cara daquela menina, hoje é uma das melhores amigas. Não se envolveria com pessoas mais velhas, hoje percebe que são com elas que tem mais afinidade. Se o tempo muda, se mudamos de roupa, se mudamos de estilo, porque não podemos mudar também de desejos? De vontades? A única coisa que não devemos mudar (mesmo não sendo proibido) é de personalidade – ou tu tens ela passiva a ponto de não se destacar entre tantas outras pessoas (que é o caso da maioria) ou tens um brilho suficiente pra iluminar sozinho um quarteirão (que é o caso da minoria).

Nesse processo de mudança, há quem também tente ser quem jamais conseguirá ser. Quem nasceu pra ser protagonista, dificilmente estará contente com o papel de coadjuvante. Quem nasceu pra ser cuidado, dificilmente vai proteger alguém. Quem nasceu pra ser calmaria, dificilmente será tormenta. Mesmo que tente, a natureza é sábia e coloca as coisas no seu devido lugar, no seu tempo.

E ainda tem aquelas pessoas que ao saírem de um relacionamento resolvem mudar radicalmente como se durante anos de envolvimento suas vidas estivesse estagnadas, atravancando o processo do desenvolvimento. E em pouco tempo de “vida nova” resolvem recuperar o tempo perdido. É como se estivesse seguido a receita ideal da libertinagem: pega tudo que achava politicamente correto, joga numa gaveta, pega uma panela e adicione aventura, caráter zero e duas pitadas de sem vergonha na cara, misture tudo e pronto. Tá pronto. A merda tá feita.  E vamos viver.

Mas não esqueça. Dia dos bobos tem data simbólica, e foi anteontem. Não permita que dia após dia teus dias sejam uma mescla de mentira: enganar-se é suicidar-se lentamente, com armas silenciosas e com resultados tão significativos quanto às drogas: praticamente um caminho sem volta. Uma vez perdido o respeito, o respeito não é mais recuperado jamais.

Mudar é bom, é necessário, é humanamente tolerável quando feito com responsabilidade, pés no chão e respeitando acima de tudo teu passado de forma que tu possas mudar tudo e tantas vezes forem necessárias desde que tua essência, tua identidade e tuas conquistas não sejam alteradas, ou que não mude quem tu és e por quem vários seguidores passaram a te admirar. Se for pra mudar, que seja para melhor sempre, se for para pior, esteja preparado para viver eternamente no dia primeiro de abril.

Que sejas então considerado louco, mas nunca bobo. Queira sempre aplausos pelas tuas conquistas e não contribuía para que as tuas burradas sejam motivos de risadas. Errar é humano. Continuar vivendo o erro é tão 2013, não é?